terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Fundo do Mar




Aula no fundo do mar
6 a 8 anos

Observação e respeito são palavras cúmplices na hora de se estabelecer um troca. A sala de aula é um espaço de concentração de trocas, muitas trocas se transformam em aprendizado, para ambos os lados...

Nossas alunas entraram nadando na sala de aula. "Bem que aqui podia ser uma piscina, né?" -uma delas comentou.

Porque não? Poderia ser um aquário? Não ! Um grande mar...

Utilizando do som como estímulo começamos a pensar nosso corpo como algas marinhas desse grande mar: pensamos nos pedacinhos do corpo que poderiam se mexer para que essa alga se movimentasse- o mar é o grande responsável pelo movimento das algas.

Agora dividiríamos nosso mar em duas grandes partes: o MAR AGITADO e o MAR LENTO: perguntamos às crianças como elas imaginavam ser aqueles dois mares. Elas responderam:

O mar Agitado é
cinza e azul
todo misturado
a areia esta misturada com a água

O mar Calmo é
muito colorido e azul
o sol bate e é transparente

Nesse instante nosso corpo se transformaria em animais que se apresentavam nesse mar. Só que esses animais dançariam entre esses dois mares, respeitando a diferença desses ambientes. Poderiam ser muitos animais, cada um de uma vez e sem se esquecer do nosso corpo.

corpo de caranguejo e corpo de estrela-do-mar

Permanecemos dançando por muito tempo. Danças eram apropriadas por um e outro. Não haviam alunos e professores, éramos todos seres do mar que dançavam conforme a música e o tipo do mar que estava percorrendo: no mar agitados os bichos ficam também agitados, no mar calmo, os animais se mexem muuuuuuito lentamente.

Depois de esgotamos inúmeras possibilidades e idéias, foi ora de mudarmos de suporte mas não de idéia. Levei um folha grande de papel onde a ocuparíamos com todo aquele mar que havíamos criado, descrito e imaginado. O papel seria de todos e o preencheríamos da maneira que desejássemos. Também levei alguns gizes pastéis para dar um suporte melhor as nossas aulas já que não existe nenhum material para explorarmos -não gosto nada dessa sensação de " se vira com o que não tem". Trabalho na Bienal todas as noites, tive a idéia e coragem de pedir pessoalmente ao curador, Ivo Mesquita, a doação de materiais que seriam descartados pela fundação após a 28a Bienal de Artes. Criamos um ofício através do CEU dando carácter formal ao meu pedido além de disponibilizarmos transporte para essa eventual doação. Estamos na espera.




Desenhamos como os animais do mar o faríam também. Nossos dedos eram como patas de caranguejo, como braços de polvos, como tubarão-martelo etc. Até o Bob Esponja veio nos visitar.





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